1.7.07

Biografia

1.7.07
E tudo ocorre na melancolia
da sílaba, o casulo emergindo
nas talhas.
Inquieta sofre a gestação
no caule dos rebentos.
O gesto da carne
no linho que lambe a mutação.
Rota, sopro, sístole ou máscara
onde bardos fecundam a sazão
da ebriedade.
E entra nas vozes,
nos hortos, algures no inabitado
onde gravitam tâmaras.
Melífaga
ironia das fábulas, a palavra
mastiga a água adubada no sangue
do amor.
Pois ser bardo e sonhador
é devorar o fogo sagrado, o correr
das chuvas.
A alma desatando-se
sílaba que afeiçoa as matizes do
espanto cheio de luz.

Então nu, já poderei morrer
inteiro, exactamente.

João Rasteiro

0 comentários:

 
Design by Pocket