19.7.07

Agora que morreste Mãe

19.7.07
Agora que morreste Mãe
E só em mim te tenho
Sou mais que o meu tamanho
Porque sou tu também

Tuas mãos afagam as minhas mãos
De quem são estes gestos esta pele?
Nunca me deste irmãos
Só contigo reparto o meu farnel

De quotidianos fardos e alegrias
Breves e desta brasa em chaga
Que é a tua ausência nos meus dias
Órfãos mas sempre ao colo desta mágoa

De não te ter de te ter sido esquiva
De não te ter nunca aberto as portas
Do meu ser de nunca te ter dado vivas
O que hoje já só são carícias mortas

Teresa Rita Lopes

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