na longitude da matéria quis antes desvanecer
perante o areal perante a excitação de um último
copo de vinho seduzido nos teus olhos
nem só de amor se enchem os pulmões da terra
que importa se o dia nasceu já velho e chovia
naquela memória de homens solitários vivendo
do mar do seu eterno perdão
da morte domesticada na aurora da vida
dos beijos dos olhares fantasiosos
descolorados nas letras ensinadas ao pecado
ouve os ruídos que circulam no teu sangue
despedindo-se dos barcos que transportavam
o sonho obsessivo da melancolia
deixa viver a metáfora que carregas a ilusão
da paixão pelo mar pela vida pelo prazer
deixa o outono despertar mais uma vez sentido
a dor em cada poro da nossa pele em cada
gota de poesia sente-se o grito
ouve ouve houve por fim o erguer do teu ser és
tudo aquilo que um dia se escreverá
Rui Alberto
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