30.3.07

Desenham-se no céu os números da solidão

30.3.07
por onde James Joyce conseguiu escrever o romance
Ulisses há-de sê-lo bem o meu coração
eu, a minha solidão, o meu transe

A chaminé na cidade deita o fumo da minha angústia
o meu desespero projecta a minha intoxicação
Ulisses, cidade de Dublin, eu, Lisboa, minha cidade
eu, Lisboa, a chaminé, o meu coração

O fumo sobe que sobe sobe que sobe e enche o ar
cidade de Dublin, Lisboa
também te vou cantar

Grande nostalgia do teu néon luminoso
a sentir-se dentro de mim e a dizer-se que já não posso

Aqui a enorme cidade aqui a tentacular
o meu crime é de estudar o céu que me invade
e onde arranha o arranha-céu


António Gancho

2 comentários:

Rui Alberto disse...

"ai, que eu não gosto de António Gancho e tal..."
:p

m. tiago paixão disse...

ahahah
gosto deste poema:)

abraço

 
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