23.2.07

Entre duas memórias;

23.2.07
já separadas como estratos,
mas recordando-se uma à outra;
subimos pelo frio:
paredes altas de água a condensar-se
no ar ainda azul;com a transparência
sem som a suavizá-lo;
perguntamos indecisamente:
neve mais silêncio
igual ao fim do azul?
ou a fórmula do esquecimento;
onde passam gelos vagarosos;
deduz-se doutro modo?
seja como for,
nenhuma sombra nos prolonga
por este chão de vidro;
e o ar boreal reflecte-nos os olhos,
tão limpos,que os extingue.


Carlos de Oliveira

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