por isso ciciamos o que nos pede o corpo
não são as coisas só aquilo que dizemos
nossas pobres palavras não as dizem inteiras?
As palavras são coisas, extremas, luminosas,
quando tu dizes porta, há uma porta que se abre
quando tu dizes sexo, há um amor que se cumpre
não sabemos sequer o poder das palavras
nem o poder das coisas nem o poder dos rostos.
As coisas são palavras feridas pela morte
são agulhas finíssimas que trespassam a noite
os teus lábios dizem coisas os teus lábios cintilam
por eles fala o mundo, por eles se faz o oiro
pois o mundo acontece sempre que o pronuncias.
Bernardo Pinto de Almeida
2 comentários:
Sabes.. por vezes penso q as palavras são a cartografia trópega dos nossos sentimentos... Exprimem a geografia das nossas emoções.. são coordenadas de quem somos.. e no entanto.. nem sempre os seus sentidos e destinos são claros.. pq.. "interpreta-las" depende da empatia de cada um.. depende do q se procura no mapa de uma alma.
Gostei mto do poema! :)
au revoir
obrigado pelo comentário!
gostei da tua ideia, da relação palavra-mapa...
é um poema muito bom mm!
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